O farol e sua luz - nossa homenagem ao Jornalista J R Guzzo

Ao legado de um gigante do jornalismo brasileiro, nossa admiração e respeito.

Coragem e compromisso com a verdade (@RevistaOeste/YouTube)
Coragem e compromisso com a verdade (@RevistaOeste/YouTube)
O jornalismo brasileiro perdeu um de seus mais brilhantes e destemidos profissionais. José Roberto Guzzo, ou J.R. Guzzo como era conhecido, partiu aos 82 anos, deixando um legado de coragem, independência e um compromisso inabalável com a verdade. Sua morte, ocorrida na madrugada de sábado, dia 2 de agosto de 2025, por volta de 5h, gerou uma onda de comoção e tributos que ressaltam a sua importância para o país.
Guzzo tinha a "coragem de dizer o que incomodava". Não se curvava a governos, interesses econômicos ou à pressão de grupos organizados.
Guzzo foi uma figura ímpar. Em um tempo de narrativas fáceis e alinhamentos convenientes, ele se manteve como um farol, iluminando os fatos com uma clareza e precisão que muitas vezes incomodava os poderosos. Como bem definiu um de seus colegas, o jornalista José Fucs, Guzzo tinha a "coragem de dizer o que incomodava". Realmente, ele não se curvava a governos, interesses econômicos ou à pressão de grupos organizados. Sua lealdade era com o leitor e com a notícia.

A sua trajetória profissional confunde-se com a história da imprensa brasileira. Foi diretor de redação da revista Veja, onde deixou sua marca inconfundível. Em seus mais de 50 anos de carreira, também passou por publicações como Exame, Estadão e, mais recentemente, pela Gazeta do Povo e Revista Oeste, onde continuou a produzir análises contundentes e a defender suas convicções com o vigor de sempre.

O legado de um farol
Para Guzzo, os maiores problemas do Brasil não eram complexos de entender, mas difíceis de resolver por uma elite que, segundo ele, muitas vezes se beneficiava da desordem. Apontava o excesso de Estado, a corrupção endêmica e a falta de segurança jurídica como entraves ao desenvolvimento do país. Suas análises, sempre pautadas em fatos e dados, eram um convite à reflexão e à ação.
Seu legado permanece vivo em cada jornalista que se recusa a abrir mão da independência.
A partida de J.R. Guzzo deixa uma lacuna difícil de ser preenchida. Em um cenário midiático cada vez mais descredibilizado, sua voz fará falta. No entanto, seu legado permanece vivo em cada jornalista que se recusa a abrir mão da independência, em cada cidadão que busca a informação de qualidade e em cada brasileiro que acredita no poder da verdade. Guzzo partiu, mas sua luz, como a de um farol, continuará a guiar as futuras gerações de jornalistas e leitores.

O seu sepultamento, no domingo, dia 3 de agosto às 10h30, no Cemitério Congonhas, em São Paulo, reuniu familiares, amigos e admiradores que fizeram questão de prestar uma última homenagem. As despedidas emocionadas de seus entes queridos e as palavras de respeito de seus colegas de profissão demonstram a dimensão do homem por trás do jornalista. Um profissional que, mesmo com a saúde debilitada, não abandonou sua paixão pela escrita e pelo debate de ideias.
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